"Caminhos para combater a intolerância religiosa". Este foi o tema proposto para a redação do Enem 2016. Compartilho aqui o rascunho de minha dissertação, que, respeitou dois limites: as 30 linhas máximas permitidas e, obviamente, ausência das engradecedoras consultas ao oráculo, Google...
Rascunho, rascunho é. Mas a ideia geral do que foi o texto final está aí.
transcrição...
Voltar a enxergar
Serve para todos: a compreensão míope, a lógica obscura, o olhar cerrado são parentes muito próximos de nossos piores males. Por vezes, quando se vê, são apenas as diferenças, não as semelhanças; são os ritos e roupas, não os votos. Análises e juízos que, aquém de suas fragilidades, servem de alicerces à construção do raciocínio preconceituoso.
Para alguns, nada parece unir. Mesmo tendo sido São Gabriel - aquele do catolicismo - quem "soprou" o Alcorão a Maomé. Ou que a Bíblia tenha como ponto de partida o principal livro do judaísmo. Ou que as principais datas e ritos da Igreja Católica venham de antigas religiões pagãs. Nada disso nos une.
A compreensão é míope. A lógica não podemos cobrar. Mas o olhar poderia ajudar.
E se um evangélico (ou vice e versa) pudesse enxergar num espírita ou umbandista as mesmas aflições, buscas e devoções que vê em seu templo? Ou que um ateu vislumbrasse que a sua busca pela verdade é tão vã quanto a de qualquer crente? Ou, ainda mais simples, se cada homem ou mulher seguissem os ensinamentos de seus líderes espirituais?
Todos os caminhos podem levar ao nirvana, diria o budista. Exigi-se apenas ao peregrino que busque a iluminação. Durante este caminho, o olhar atento e desarmado é a chave para despertar a empatia por nossos pares. E será através dela, da empatia, que poderemos "tocar" a tolerância plena.
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PS: não foi São Gabriel quem "soprou" o Alcorão ao Maomé, foi o anjo Gabriel.. confundi o "título"...rs
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